E tudo a chuva levou - Na noite de 25 para 26 de Novembro de 1967, a queda de forte precipitação causou violentas inundações em toda a região de Lisboa. As consequências foram alarmantes. Rios e ribeiras transbordaram as margens e, na sua sinistra passagem, as águas arrastaram pessoas e tudo mais que apareceu pela frente. Calcula-se que resultaram da intempérie cerca de 700 mortos e milhares de desalojados. Entre as vítimas mortais constaram três jovens e valorosos bombeiros, facto quase sempre ignorado quando se aborda o tema das cheias de 1967. Referimo-nos a José Carlos Ramos Basílio, Cadete dos Bombeiros Voluntários de Alverca, e José Rosa Serra e José António Lourenço Venâncio, respectivamente, Aspirante e Cadete dos Bombeiros Voluntários de Bucelas, cujos corpos foram encontrados mais tarde.

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Incêndio do Chiado, 25 de Agosto de 1988

Passavam poucos minutos das cinco da manhã quando foi dado o alerta.

O fogo teve início na Rua do Ouro, nos Armazéns Grandella.

A conjugação de vários factores adversos, com destaque para generalizadas condições de insegurança no espaço físico, fez propagar as chamas aos Armazéns do Chiado e a outros edifícios contíguos, nomeadamente, da Rua do Carmo, da Rua Garrett e da Rua Nova do Almada.

Sem demora, Lisboa tornou-se uma cidade ferida no coração e ocupada por bombeiros de diferentes proveniências.

A todo o transe, sapadores e voluntários travaram uma luta desigual em seis frentes, expostos a temperaturas elevadíssimas que chegaram a atingir os 1700 graus.

Nenhum dos operacionais envolvidos havia visto e participado num incêndio urbano de tamanha severidade, considerado como sendo o maior de sempre depois do terramoto de 1755.

Estiveram a trabalho 1680 bombeiros, 316 veículos e 127 agulhetas.

Foi dado como circunscrito às 11h00, dominado às 15h10 e extinto às 17h50.

Por sua vez, o rescaldo e a prevenção prolongaram-se, respectivamente, até aos dias 5 de Setembro e 22 de Outubro.

O desempenho extraordinário de todos, sem excepção, apesar das insuficiências existentes nos domínios da formação, organização e segurança no combate, motivou a deslocação, a Lisboa, no próprio do dia do incêndio, de técnicos da Escuela de Bomberos de Madrid, para efeitos de estudo.

Além de um civil, registou-se a morte de um bombeiro sapador, Joaquim Diogo Catana Ramos, e o ferimento de 60 bombeiros.

Os prejuízos materiais atingiram os cinco milhões de contos.

"O incêndio do Chiado foi o acontecimento que marcou a história e a mudança de paradigma dos Bombeiros e da cultura sobre as medidas de proteção contra incêndios em edifícios", é a conclusão que se retém, na base de abordagens académicas.


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Pesquisa/Texto: Redacção F&H
Foto: AMB Sacchetti Fotografia