E tudo a chuva levou - Na noite de 25 para 26 de Novembro de 1967, a queda de forte precipitação causou violentas inundações em toda a região de Lisboa. As consequências foram alarmantes. Rios e ribeiras transbordaram as margens e, na sua sinistra passagem, as águas arrastaram pessoas e tudo mais que apareceu pela frente. Calcula-se que resultaram da intempérie cerca de 700 mortos e milhares de desalojados. Entre as vítimas mortais constaram três jovens e valorosos bombeiros, facto quase sempre ignorado quando se aborda o tema das cheias de 1967. Referimo-nos a José Carlos Ramos Basílio, Cadete dos Bombeiros Voluntários de Alverca, e José Rosa Serra e José António Lourenço Venâncio, respectivamente, Aspirante e Cadete dos Bombeiros Voluntários de Bucelas, cujos corpos foram encontrados mais tarde.

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sexta-feira, 1 de novembro de 2024

O reequipamento dos Bombeiros da Póvoa de Santa Iria

Pesquisa/Texto: Redacção F&H

Em 1969, procurando acompanhar o progresso e estar mais apto a responder a qualquer ocorrência em meio urbano ou industrial, o Corpo Voluntário de Salvação Pública da Póvoa de Santa Iria (CVSPPSI) assinalava a entrada ao serviço de duas novas viaturas de combate a incêndios.
A RTP fez a cobertura do acontecimento e o Telejornal - que há dias completou 65 anos no ar, sendo o programa mais antigo da televisão portuguesa - deu-a a conhecer ao país.




Com efeito, realizou-se uma cerimónia específica no então quartel-sede dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Santa Iria, na Avenida Isidoro Assunção Antunes da Costa, sobeja e historicamente conhecido pela sua localização junto à movimentada passagem de nível da estação ferroviária da Póvoa de Santa Iria, permanente factor de risco para a circulação dos veículos de socorro, sobretudo, quando em marcha de urgência.

Na sucessão de imagens apresentada vêem-se planos do exterior e do interior das instalações, incluindo uma perspectiva do frontão da fachada principal, com o símbolo do CVSPPSI e, por cima deste, um curioso sino de alarme de incêndio, antecessor da sirene eléctrica.

Ao fundo da via pública, avista-se, ainda, a Soda Póvoa, fábrica de clorato de sódio, ao tempo em grande laboração.

Entre as entidades presentes, oferece-nos destacar o Inspector de Incêndios da Zona Sul, Coronel Rogério Cansado (Comandante do Batalhão de Sapadores Bombeiros de Lisboa), que passa revista à formatura do Corpo de Bombeiros; o Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, António Liberato de Oliveira; o Presidente do Conselho Administrativo e Técnico da Liga dos Bombeiros Portugueses, António de Moura e Silva; e o Comandante Américo Costa, acompanhando o primeiro e depois no uso da palavra.

Os veículos inaugurados, um Auto-Tanque, Ford V8, e um Auto-Pronto-Socorro de Nevoeiro, Scania Vabis, eram potentíssimos para a época, especialmente o segundo, moderno e operacional a cem por cento. Um "maquinão" - como se diz nos nossos dias.

A bênção foi procedida pelo Reverendo Padre Miguel Carradini, da Paróquia da Póvoa de Santa Iria, compreendendo, também, uma motobomba rebocável, destinada a auxiliar a acção dos bombeiros em incêndios e inundações.