O estudo das associações e corpos de bombeiros que, por diferentes contingências, foram extintas, é das tarefas mais desafiantes que a investigação histórica pode conhecer.
Em Bissau, enquanto capital da antiga Guiné Portuguesa, existiu um corpo de bombeiros voluntários cuja organização, à semelhança dos demais existentes nas províncias ultramarinas, obedecia ao modelo adoptado na metrópole.
A RTP Arquivos oferece-nos imagens desse tempo, reportando uma solenidade que se revestiu de interesse noticioso e até político.
Em ambiente de aparente acalmia, pois a guerra colonial mantinha-se latente, ocorreu a 24 de Fevereiro de 1971, no modelar quartel-sede dos Bombeiros Voluntários de Bissau (BVB), a cerimónia de condecoração do Bombeiro João Zacarias Pereira com a Medalha da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), pelo salvamento de um homem que caíra num poço.
Na mesma oportunidade, foi promovido a Bombeiro de 1.ª Classe.
O General António de Spínola, então Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, presidiu ao acto, procedendo à imposição da referida distinção e à colocação das divisas.
Entre as entidades convidadas, destaca-se também o Presidente do Conselho Administrativo e Técnico da LBP, António Moura e Silva, defensor acérrimo do fomento do associativismo e do voluntariado em bombeiros nas colónias portuguesas.
Na mesma oportunidade, foi promovido a Bombeiro de 1.ª Classe.
O General António de Spínola, então Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, presidiu ao acto, procedendo à imposição da referida distinção e à colocação das divisas.
Entre as entidades convidadas, destaca-se também o Presidente do Conselho Administrativo e Técnico da LBP, António Moura e Silva, defensor acérrimo do fomento do associativismo e do voluntariado em bombeiros nas colónias portuguesas.
É justo referir o protagonismo das organizações da sociedade civil, na protecção de pessoas e bens, difundindo todos os seus agentes, de alma e coração, o sacrossanto espírito do bombeiro português.
A criação de bombeiros na cidade de Bissau teve um percurso atribulado. Depois de várias tentativas goradas, a Associação dos Bombeiros Voluntários de Bissau passou a ser uma realidade efectiva em 1951. Reconhecendo a mais-valia dos seus serviços, o Governo da Província da Guiné dispensou-lhe apoio, facto decisivo para que atingisse uma situação estável tanto ao nível de material como de instalações.
O edifício apresentado na peça de reportagem fora inaugurado no dia 28 de Maio de 1960. Ainda hoje existe, acolhendo o Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros da Guiné-Bissau.
À data do evento, os BVB eram comandados por Guilherme Augusto Costa Monteiro da Fonseca e, conforme é visível, encontravam-se equipados com adequados meios operacionais.
O seu estandarte ostentava, orgulhosamente, desde 1968, as insígnias de Membro Honorário da Ordem de Benemerência, título conferido pela Chancelaria das Ordens Portuguesas, pretendendo agraciar a acção desinteressada da instituição em benefício da colectividade.
FOGO & HISTÓRIA apurou que o distinguido, de seu nome completo, João Zacarias António Pereira, veio a ser o primeiro comandante dos Bombeiros Voluntários de Bissau, no período da independência da Guiné-Bissau. Faleceu aos 47 anos de idade, segundo o Diário de Lisboa, de 2 de Junho de 1986, "vítima de enfarte no miocárdio,
que lhe provocou paragem cardio-respiratória". Estava implicado na tentativa de golpe de Estado liderada por Paulo Correia, Vice-Presidente do Conselho de Estado da Guiné-Bissau, historicamente conhecida por "caso 17 de Outubro".