
A Figueira da Foz vive uns momentos de intranquilidade, pelo menos os seus bombeiros. Ou viveu, pois neste momento não sabemos se o caso se remediou, como se impunha.
A capitania do porto mandou colocar no seu posto de sentinela ao mar uma sirene para aviso de nevoeiros ou outros casos especiais marítimos.
Mas sucedeu que o toque é precisamente igual ao da sereia dos bombeiros. E sucedeu ainda que os bombeiros figueirenses tiveram, mais de uma vez, alta noite, de abandonar os seus lares e correrem para o quartel. E nada. Não era aviso de fogo. Era sinal de funções marítimas.
A imprensa local atemorizou-se e lançou a pergunta: e se os bombeiros, por serem tanta vez enganados falham um dia, envolvidos na dúvida: será fogo?, será a sereia da capitania?
Que era preciso remediar logo o caso, era. Mas que os bombeiros falhassem, isso não. Iriam sempre, mesmo na dúvida.
A propósito lembra-nos o que um camarada sapador bombeiro contou.
Estava de folga. Um dia e uma noite livres. Sem preocupações de pronto a sair à primeira parte. Um dia e uma noite liberto. Uma folga, enfim, junto da família.
E veio a noite, tranquila, sem preocupações. Apenas o relógio-despertador avançava nos minutos.
Quando na hora própria o despertador teve de funcionar, o nosso camarada deu um salto da cama a pedir: dá-me as botas; dá-me as botas.
Mas a esposa logo o tranquilizou: Quais botas, homem! Não é fogo, é o despertador.
Era a força do hábito. Mesmo tranquilo e adormecido, tinha no seu subconsciente, absolutamente alerta, o seu espírito de bombeiro. Não falhara.
A capitania do porto mandou colocar no seu posto de sentinela ao mar uma sirene para aviso de nevoeiros ou outros casos especiais marítimos.
Mas sucedeu que o toque é precisamente igual ao da sereia dos bombeiros. E sucedeu ainda que os bombeiros figueirenses tiveram, mais de uma vez, alta noite, de abandonar os seus lares e correrem para o quartel. E nada. Não era aviso de fogo. Era sinal de funções marítimas.
A imprensa local atemorizou-se e lançou a pergunta: e se os bombeiros, por serem tanta vez enganados falham um dia, envolvidos na dúvida: será fogo?, será a sereia da capitania?
Que era preciso remediar logo o caso, era. Mas que os bombeiros falhassem, isso não. Iriam sempre, mesmo na dúvida.
A propósito lembra-nos o que um camarada sapador bombeiro contou.
Estava de folga. Um dia e uma noite livres. Sem preocupações de pronto a sair à primeira parte. Um dia e uma noite liberto. Uma folga, enfim, junto da família.
E veio a noite, tranquila, sem preocupações. Apenas o relógio-despertador avançava nos minutos.
Quando na hora própria o despertador teve de funcionar, o nosso camarada deu um salto da cama a pedir: dá-me as botas; dá-me as botas.
Mas a esposa logo o tranquilizou: Quais botas, homem! Não é fogo, é o despertador.
Era a força do hábito. Mesmo tranquilo e adormecido, tinha no seu subconsciente, absolutamente alerta, o seu espírito de bombeiro. Não falhara.
Lisboa, 1968
Foto: Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz